Na busca de sua alma e do sentido de sua vida, o
homem descobriu novos caminhos que o levam
para a sua interioridade: o seu próprio espaço
interior torna-se um lugar novo de experiência. Os
viajantes desses caminhos nos revelam que
somente o amor é capaz de gerar a alma, mas
também o amor precisa da alma. Assim, em lugar
de buscar causas, explicações psicopatológicas às
nossas feridas e aos nossos sofrimentos,
precisamos, em primeiro lugar, amar a nossa
alma, assim como ela é. Deste modo é que
poderemos reconhecer que estas feridas e estes
sofrimentos nasceram de uma falta de amor. Por
outro lado, revelam-nos que a alma se orienta
para um centro pessoal e transpessoal, para a
nossa unidade e a realização de nossa totalidade.
Assim, a nossa própria vida carregará em si um
sentido, o de restaurar a nossa unidade primeira.
Finalmente, não é o espiritual que aparece
primeiro, mas o psíquico, e depois o espiritual. É apartir do olhar do espiritual interior que a alma
toma seu sentido, o que significa que a psicologia
pode de novo estender a mão à teologia.
Esta perspectiva psicológica nova é fruto do
esforço para libertar a alma da dominação da
psicopatologia, do espírito analítico e do
psicologismo, para que volte a si mesma, à sua
própria originalidade. Ela nasceu de reflexões
durante a prática psicoterápica, e está começando
a renovar o modelo e a finalidade da psicoterapia.
É uma nova visão do homem na sua existência
cotidiana, do seu tempo, e dentro de seu contexto
cultural, abrindo dimensões diferentes de nossa
existência para podermos reencontrar a nossa
alma. Ela poderá alimentar todos aqueles que são
sensíveis à necessidade de colocar mais alma em
todas as atividades humanas.
A finalidade da presente coleção é precisamente
restituir a alma a si mesma e "ver aparecer uma
geração de sacerdotes capazes de entender
novamente a linguagem da alma", como C. G. Jung
o desejava.
Léon Bonaventure